Capítulo 16 - Porque um mal nunca vem só

-- (Stefany) --

Acordei com as raparigas aos saltos e aos berros a entrarem no nosso quarto.

- OMG! OMG! OMG! Stefany! - Gritava a Megan.

- TU estás na capa da revista “My Star”! – Gritava a Sophia eufórica.

- Hã?! What? Eu? Mas porquê? – Perguntei confusa, tirando a revista das mãos da Sophia. – “Membro da banda One Direction, apaixonado?!” – Li o título da capa. Estava sem palavras. Olhei para a Mikayla que se tinha acabado de levantar.

- Com que então nada de especial, hein?! – Disse a Mikayla saindo porta fora.

- Mikayla, espera eu…

- Conta-nos tudo Stefany! – Diziam elas eufóricas bloqueando-me a passagem.

- Vá vá, começa, queremos todos os pormenores. Quando é que começaram a andar? E como é que nós não sabíamos de nada? Ele beija bem? Como é que se declarou? Declarou-se não declarou? – Eram inúmeras as perguntas, todas ditas sem pausas, deixando-me maluca.

- PAREM! NÓS NÃO ANDAMOS! – Gritei-lhes deixando-as boquiabertas, olhando-me com os olhos esbugalhados.

- Como não? Vens na capa, ya? – Disse a Grace.

- Importam-se de sair, tenho aulas para ir, como uma adolescente normal, e preciso de me arranjar.

- Mas Stefany … - Imploravam e na elas para que contasse alguma coisa que na realidade não existia. 

- Já disse que não se passou nada! Além do mais estou de costas, ninguém vai perceber que sou eu.

- Nós percebemos. – Disse a Yasmin.

- Por favor, não compliquem mais as coisas. – Pedi-lhes. – Agora saiam do meu quarto! – Arrastei-as para o lado de fora. – Obrigada. – Disse fechando a porta, suspirando enquanto segurava atentamente a revista. – “Como é que isto foi acontecer?!” – Interroguei-me enquanto mirava as fotos da capa. Mandei a revista para cima da cama e fui-me arranjar para as aulas, nunca tirando, o olhar desiludido da Mikayla, da minha cabeça. Eu realmente não queria que isto tivesse acontecido, eu não me quero chatear com a Mikayla, não por uma coisa que não seja verdade, não por causa de rapazes… Eu preciso dela, mas preciso do meu lado. 

Roupa Utilizada Por Stefany

Acabei de me arranjar, agarrei na revista e coloquei-a em por entre as minhas folhas e cadernos que levava nos braços, agarrei na mala, e desci para tomar o pequeno-almoço. Assim que entrei na sala que dava acesso há cozinha a Mikayla levantou-se do sofá dizendo:

- Estava a ver que não! – E apressou-se a ir para o quarto, enquanto ia resmungando pelo caminho.

 Aquela atitude tinha-me deixado de veras de rastos, mas eu compreendia o lado dela, o seu ódio por mim naquele momento era compreensível, só não queria que se prolonga-se por muito mais tempo. Decidi então ir enfrentar a “fera”. Pousei as minhas coisas no sofá, e dirigi-me ao quarto. 

Assim que entrei a Mikayla passou disparada por mim não me deixando falar uma única palavra. Desceu e eu fui atrás dela.

-- (Mikayla) -- 

Roupa Utilizada Por Mikayla

Assim que senti a Stefany entrar no quarto sai dali, não aguentava respirar o mesmo ar que aquela traidora mentirosa. Ia a sair da residência para ir para as aulas, quando tudo acontece muito repentinamente, sem que eu chegue a perceber quem era, sinto uma mão, que bate de força na minha cara. Escandalizada e sem saber porquê, levei a mão há cara de boca aberta. Assim que vi quem teve aquela habilidade, mais aberta a minha boca ficou. Eu estava sem reacção.

- Oh Oh só me faltava mais esta agora! Este dia está a correr mesmo bem, não haja dúvida.

- Oh miúda, não tens mais nada para fazer do que te meteres com o rapaz das outras? – Disse-me a Caroline em fúria.

- Desculpa?! – Perguntei, erguendo a sobrancelha direita. 

- Sim, tu ouvis-te muito bem, ou queres que te faça um desenho? Mantém-te longe do MEU Harry, estás a ouvir? Se não as coisas vão correr mal para o teu lado! – Ameaçou, dando-me uma fotografia para as mãos e saindo dali com grande pose, pavoneando-se pelo caminho. Assim que vi a foto, os meus olhos esbugalharam-se por completo. Era uma foto minha com o Harry, na noite anterior. Mas como é que ela sabia do nosso “encontro” se só os amigos e colegas de residência é que sabiam? Havia aqui qualquer coisa que não estava a bater bem. Ainda não estando em mim, com tantas avessas logo pela manhã, fui andando para a Universidade.

- Mikayla?! Espera aí! – Gritou o Scott aproximando-se de mim.

- Scott, agora não, a sério. Desculpa, mas prefiro estar sozinha. – Disse enquanto continuava a caminhar para a UNI em largas passadas.

- Mas o que é que aconteceu?! Pareces perturbada. – Disse alcançando-me, colocando-se a meu lado., acompanhando o meu ritmo.

- Perturbada?! Perturbada é pouco, Scott.

- Queres falar?!

- Desculpa, mas não me apetece.

- Ok, não faz mal. Eu compreendo. Ao menos posso fazer-te companhia até á UNI? – Encolhi os ombros.

- Eu hoje não estou com muito bom humor.

- Não faz mal. Eu gosto da tua companhia, na mesma. – Esbocei um pequeno sorriso. – Hoje vais ao baile, certo?

- Aichhh! O baile! Já nem me lembrava disso. Não estou com paciência nenhuma.

- Mikayla, não podes faltar.

- Posso pois. Ninguém sentir a minha falta.

- Eu sentiria.

- Não é suficiente. Eu vou ali ao bar comer qualquer coisa, ainda não tomei o pequeno-almoço.

- Eu faço-te companhia. Voltando ao assunto inicial: Se não fores ao baile, eu também não vou!

- Scott, não sejas parvo. – Virei-me para a senhora do bar. – Uma tosta mista, sff. – Voltei a virar-me para o Scott. – É claro que vais. Eu não quero que faltes por minha causa. – Voltei-me novamente para a senhora do bar, agarrei na comida, paguei e sentámo-nos numa mesa.

- Se não queres que eu falte, tens que vir.

- Casmurro! Já disse que não.

- Então pronto, eu também não vou. Fico a fazer-te companhia.

- Mikayla, precisamos de falar. – Disse a Stefany aproximando-se de nós.

- Não tenho nada para te dizer. Agora deixa-me acabar de comer, sff.

- Pois, mas eu tenho.

- Eu não te quero ouvir!

- Ai que feitio! Não sejas criança.

- Agora eu é que sou a criança?

- Mikayla, vamos falar, por favor.

- Bem, se calhar estou aqui a mais. – Disse o Scott.

- Não! Deixa-te estar! Quem tem que sair é ela e não tu. Stefany, ontem disseste-me aquilo e hoje aconteceu isto. Como é que queres que confie em ti?

- Se me deixares explicar…

- Mas não precisas. Eu já compreendi tudo. Muito bem, até. Tu mentiste-me! Tu podes fazer certas coisas e eu não…

- Passa-se alguma coisa?! – Perguntaram os One Direction chegando-se ao pé de nós. Agarrei na minha mala e levantei-me.

- Sim Stefany, passa-se alguma coisa?! – Perguntei enquanto lhe ameaçavam as lágrimas, caírem-lhe pelo rosto abaixo. – Bem me parecia. – Afastei-me dali.

- Mikayla…?! - Ainda ouvi o Harry a chamar-me.

-- (Stefany) -- 

Eu não ia chorar em frente daquela gente toda, além do mais eu odiava que me vissem a chorar então saí dali a correr, fui para a porta da sala, pois não deveria faltar muito para tocar. Estava a poucos passos da entrada da sala quando deu o toque de entrada. Entrei e fui-me sentar numa mesa bem lá no fundo. Passado pouco tempo entram o Zayn e o Louis na conversa, o Louis começa a aproximar-se da minha mesa, e senta-se na cadeira ao meu lado.

- Podes explicar-me o que acabou de acontecer no bar?!

Eu olhei para ele, com cara séria e desinteressada, peguei nas minhas coisas e fui-me sentar ao pé da Abigail. Esta ficou espantada com o sucedido.

- Então os namoradinhos já se chatearam? – Picou-me ela.

- Eu respondia-te a essa mas estou sem a mínima paciência.

- Então mas está tudo bem, não? – Perguntou-me seriamente, deixando-se de brincadeiras.

Limitei-me a olha-la assentindo com a cabeça negativamente. A aula decorria normalmente, mas eu não conseguia parar de me sentir pressionada pelo olhar preocupado e desentendedor do Louis até que levantei o braço e esperei autorização para falar.

- Diga menina Stefany. – Disse o professor.

- Eu não me estou a sentir muito bem… Posso ir lá fora?

- Você está branquíssima, é melhor ir à enfermaria. Alguém se importa de acompanhar a sua colega? – Perguntou há turma.

- EU VOU! – Disse automaticamente o Louis levantando-se da cadeira.

- NÃO! – Gritei, deixando todos espantados com o sucedido. – Quer dizer… Não é preciso. Eu só preciso de um bocadinho de ar.

- Mas mesmo assim, fico mais descansado se não for sozinha. – Disse, fazendo sinal para o Louis me acompanhar. Saí da sala seguida de Louis. 

Nos corredores não se avistada ninguém estava tudo calmo e silencioso. O Louis consegue alcançar-me e agarra-me no braço, virando-me para ele.

- Já me podes explicar o que é que aconteceu? E que cena foi aquela na sala?

- Nada! 

- Nada não Stefany, eu já te conheço, fala comigo! Ontem estávamos tão bem, o que é que mudou agora?

- O facto de toda a gente achar que andamos. – Disse cabisbaixa. 

- Achar o quê?!

Comecei a contar-lhe a cena das meninas daquela manhã, a cena da revista e por fim o facto de a Mikayla não falar comigo.

- … E foi por isso aquela reacção dela há um pouco. – Dizia triste. – Louis… - Disse, enquanto as lágrimas que mais cedo me ameaçavam cair pelo rosto, não aguentaram mais e fugiram dos meus olhos. O Louis aproximou-se e abraçou-me forte. – Eu não quero perder a minha melhor amiga. – Disse com a cabeça encostada no seu peito.

- Não vais, ela só está confusa, isto é tudo muito novo para vocês.

- Mas eu não pedi nada disto! Eu sou e só quero ser uma adolescente normal, quero acabar os estudos e arranjar um emprego a fazer aquilo que gosto…

- Eu sei, desculpa. – Interrompeu-me ele, afagando-me com os seus braços. – Eu vou falar com ela.

-Não! Vai ser pior, assim.

- Mas é a minha obrigação. Foi por causa de mim que aconteceu isto. Vocês estavam muito bem, até eu aparecer. Aquelas Sanguessugas não têm mais nada para fazer do que andar a espiar uma pessoa todo o dia.

- Deve ser horrível. Eu acho que nunca vi a Mikayla tão chateada. Eu acho que realmente ela gosta do Harry mas eu tou a estragar-lhe a vida. Eu sou uma péssima amiga.

- Eu ainda não percebi bem essa história, vais ter que ma explicar muito bem, mas de certeza que estás a fazer o que achas melhor para ela, por alguma razão.

Não respondi, simplesmente assenti lentamente com a cabeça. Estava a míseros centímetros do Louis, este com ar um pouco abalado com a situação e não satisfeito em ver-me triste, acariciava-me a cara e ia passando os seus dedos pelos meus cabelos.

- Louis! – Afastei-me. – Acho melhor irmos para a sala, se não o professor ainda se passa.

- Sim tens razão. – Disse colocando o seu braço há volta da minha cintura, dando um beijinho de conforto na minha cabeça, começando ambos a caminhar. Um pouco antes de chegarmos há entrada da sala, afastei-me do Louis, e pedimos licença para entrar. A licença foi concedida, explicamos que estava melhor, e cada um se foi sentar no seu lugar. O professor procedeu com a aula, continuando com a matéria.